Universidades estaduais são vítimas preferenciais do arrocho do (des) governo Pezão

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Há quem considere que as ações do (des) governo Pezão são fruto do próprio caos que ajudou a criar.  Um exemplo é o reconhecimento pelo próprio secretário estadual de Fazenda, Gustavo Barbosa, de que boa parte do pacote de 28 medidas criadas para arrochar salários e extinguir programas sociais que atendem os setores mais pobres da população fluminense será alvo de uma enxurrada de ações judiciais coletivas e individuais, as quais terão chances reais de sucesso dado o caráter inconstitucional que cerca parte dessas medidas.

Diferentes daqueles que vêem caos e desorganização, eu acredito que as ações do (des) governo Pezão são friamente calculadas e visam basicamente criar confusão, desilusão e, finalmente, abandono dos postos de trabalho por milhares de servidores. Afinal, como ficar em empregos cujos salários vão regredir quase uma década em termos de seu poder de compra? Não há compromisso social que resista, e muitos servidores (principalmente os mais graduados) vão migrar para a iniciativa privada ou mesmo para outros estados e mesmo para municípios.

Como algumas das medidas mais duras atingirão apenas os servidores do executivo (por exemplo, a extinção da gratificação por tempo de serviço), será nessa parte da máquina público que haverá a maioria da evasão. Para alegria geral dos donos das Organizações Sociais (OSs) que já abocanham bilhões anualmente com a venda de serviços de baixa qualidade para o setor público!

Eu vejo como quase inevitável o esvaziamento das três universidades estaduais (Uenf, Uerj, Uezo) que possuem corpos docentes com um número significativo de doutores. Esses profissionais, mas não apenas eles serão forçados a procurar outros locais para trabalhar, muitos fora do Brasil. Essa conseqüência terá efeitos duradouros sobre a possibilidade da retomada de um esforço concentrado pela criação de um genuíno modelo desenvolvimento econômico, pois desde 2008 o que se vê é uma aposta furada na atração de empresas via uma farra fiscal sem precedentes na história do Rio de Janeiro.

Ainda que pareça exagera, a desestruturação do sistema estadual de ciência, tecnologia e informação vai totalmente ao encontro dos (dês) governantes que hoje controlam o Palácio Guanabara. A aversão que sempre mostraram pelas universidades está sendo materializada neste momento por um sufoco financeiro inédito, mas será aprofundada com a expulsão de servidores técnicos e docentes das nossas universidades. Há que se frisar que o processo de evasão de cérebros já está sendo detectado em áreas como a da residência médica, visto a crise que cerca unidades importantes como o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) da Uerj.

A verdade é que o (des) governo Pezão, que colocou o neófito Gustavo Tutuca à frente da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, está apostando todas as suas fichas na destruição das universidades estaduais como uma forma de impor seu Neoliberalismo de rapina sobre a sociedade fluminense.  Não enxergar isso é se tornar uma presa ainda mais fácil para os que estão hoje trabalhando para inviabilizar instituições universitárias que já demonstraram ser um destino correto para investimentos públicos, dado o retorno que vem oferecendo ao longo do tempo.

Em função da grave ameaça que as cerca neste momento é preciso defender nossas universidades estaduais dos planos de destruição do (des) governo Pezão. Simples assim!

2 comentários sobre “Universidades estaduais são vítimas preferenciais do arrocho do (des) governo Pezão

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